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Gasto per capita do setor público com a saúde do brasileiro fica em R$ 3,83

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15.10.2020

R$ 3,83 ao dia: esse é valor per capita que o governo utiliza – em seus três níveis de gestão (federal, estadual e municipal) – para cobrir as despesas com saúde dos mais de 210 milhões de brasileiros. Esse é o resultado de análise detalhada das informações mais recentes disponíveis, relativas às contas públicas do segmento em 2019. Os dados fazem parte de levantamento divulgado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), na quinta-feira (8).

 

PARA LER O ESTUDO DO CFM, ACESSE AQUI

Na avaliação do presidente do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), José Beniz Neto, o baixo investimento em saúde tem impacto direto na assistência, sobretudo na especializada. “A população arca com as consequências das medidas adotadas por União, estados municípios. Para superar esse cenário, é preciso aliar mecanismos de gestão e vontade política”, destacou.

 

Segundo ele, dentre os efeitos adversos da falta de recursos, estão as dificuldades crescentes para atender às demandas da população e a vulnerabilidade dos médicos e outros profissionais da saúde, que sofrem com infraestrutura inadequada e remuneração incompatível com sua responsabilidade e preparo.

 

Cenário mundial – Além do subfinanciamento, outro ponto foi destacado pelo vice-presidente do CBO, Cristiano Caixeta Umbelino, após ler o trabalho do CFM: é a situação do Brasil frente a outras Nações. “ As autoridades precisam entender a importância de ampliar o financiamento da saúde no Brasil, caminho adotado por governos de outros países com sistemas públicos universais, como é o SUS”, disse.

 

Segundo o levantamento do CFM, dentre os países com modelos públicos de atendimento de acesso universal, o Brasil aparece com a menor participação do Estado nas contas da saúde. Apenas 41,9% do gasto total tem como origem os cofres públicos. O restante são despesas das famílias com serviços de saúde privados (incluindo planos de saúde) e compra direta de medicamentos.

 

Em outras nações, com modelos semelhantes ao brasileiro, a participação pública no gasto total em saúde variou entre 70,6% (Espanha) e 79,4% (Reino Unido). As informações levantadas pelo CFM, com o apoio da ONG Contas Abertas, consideraram as despesas em Ações e Serviços Públicos de Saúde (ASPS) declaradas no Sistema de Informações sobre os Orçamentos Públicos em Saúde (Siops), do Ministério da Saúde.

 


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